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Ser mulher...

A Sara Camolas explica-nos no seu artigo, publicado a 18 de abril de 2023, o que é ser mulher aos seus olhos e aos olhos de muita gente... Um texto que nos faz refletir e, como ela, ter vontade de AGIR!

Uma Mulher cresce a dizerem-lhe como é que se deve vestir, como se deve comportar, o que deve fazer e como tem de agir.


Aos olhos de muita gente, a mulher tem de ser Dona de Casa, aquela que limpa o chão, lava a loiça, passa a ferro, faz o jantar, dobra a roupa, faz a cama, etc ... Enquanto a mulher cresce a ouvir todo este tipo de tarefas, o homem não ouve este tipo de preocupações. Criam-se estereótipos, tais como: azul para o rapaz e rosa para a menina, futebol para ele e ballet para ela.


Fico triste e com o coração aos saltos quando a mulher é vista como um ser inferior ao homem e quando é vista como apenas uma empregada. Há países, em que as mulheres não saem à rua, andam tapadas porque a religião não lhes permite o contrário, não conduzem, não têm o seu ordenado, não podem ir à escola, mulheres que não têm a sua própria independência. Em pleno séc. XXI, há mulheres que morrem porque continuam a lutar por igualdade, por uma vida com direitos, por direitos civis, políticos e sociais ! Temos o caso da Mahsa Amini, com 22 anos morreu espancada porque não estaria a respeitar as rigorosas regras de vestuário impostas às mulheres no Irão. Em pleno séc. XXI, há mulheres que atravessam centenas de quilómetros para poderem fazer um aborto... Isto, porque há pessoas que afirmam que é crime acabar com a vida de um ser a formar-se, mas não é crime viver para o resto da vida com um bebé indesejado, em que muitas das vezes é fruto de violações.


Eu sou Mulher e vou à escola, visto o que me apetece, um dia mais tarde poderei conduzir o meu próprio carro, vou a estádios de futebol, posso dar a minha opinião, pratico desporto, mas do outro lado do mundo sei que há muitas meninas sem os direitos que tenho. Infelizmente, é genuinamente difícil, para nós mulheres, estarmos completamente confortáveis e seguras quando saímos à rua, nunca sabemos quando é seguro sair. Há sempre um cuidado que temos de ter a mais. Somos julgadas, muito frequentemente, em relação aos nossos corpos e às roupas que usamos. Existe um desrespeito pela a aparência, pela saia que levamos porque aparenta ser demasiado curta, pelo top que é imediatamente convite para se meterem connosco, ou a camisola oversized que aparenta ser muito masculina. São sempre estas desculpas que nos levam a normalizar vários tipos de comentários. Aqueles comentários: "Olha-me aquele decote... está mesmo a pedi-las !", ou "Vejam só aqueles sapatos altos e aquela saia mesmo provocante... depois não se admirem... é preciso ter vergonha!". Era suposto, poder sair à rua sem o medo de me raptarem, violarem, assediarem, etc... Há sempre um abuso que não basta dizer a palavra Não, para haver um ponto final. Há sempre um abuso que nos deixa frágeis e inseguras quando este tipo de comportamentos acontece.


Escrevo este artigo com o sonho de poder mudar o mundo. Sei que as mudanças dependem de todos nós e sei de que é a falar e a espalhar a mensagem que lá chegamos.

Queria que todas as meninas e mulheres pudessem sonhar bem alto e que agarrassem nas oportunidades que a vida dá. Sempre ouvi dizer que na vida não há impossíveis.


Sara Camolas

(Clube “Eu Participo” – EB Hermenegildo Capelo)



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