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Desafio: Um dia no lugar do outro

No dia 23 de maio de 2023, a Luísa publica no Jornal do Pinhal Novo um artigo sobre crianças em situação de guerra e de procura de um lugar em paz para viver, desafiando-nos a colocarmo-nos no lugar do outro. Consegues?


A Luísa é uma menina muito atenta aos direitos da criança e direitos humanos, com uma grande capacidade de empatia e com muita vontade de agir. No seu dia de aniversário publicou esta história em formato de diário com a intenção de nos ajudar a entender o lugar do outro. Como seria se fosses tu a viver uma guerra no teu país e constantemente andasses de um lado para o outro à procura de um lugar para viver em paz com todos os direitos que te são devidos?


Também a Luísa participa na missão "Guerra ou Paz?" da Escola Agentes Eu Participo" em conjunto com os seus colegas do 3º e 4º ano da Escola Básica de Batudes. Cada dia desta missão têm um desafio que os leva a questionar o mundo e como cada um de nós se comporta perante os direitos dos outros. Agora foi a vez da Luísa de lançar-nos um desafio, o qual esperamos que o aceites!


Al Hasakah, 6 de abril de 2023


Querido Diário,

Como sabes o meu país está em guerra e eu, o meu irmão e os meus pais frequentemente nos questionamos:

- Guerra ou Paz?

Ainda ontem, ouvi cair umas quinze bombas seguidas e pelo dia fora, fui contando, uma a uma e ao todo ouvi cair quarenta bombas.

O meu país, não anda bem e eu ainda não percebi bem o que anda a acontecer.... Tanto fugir, tanto fugir e nada de explicações sobre o que anda a acontecer…

Ando a viajar de Allepo a Hama, de Hama a Damascus, de Damascus a Idlib, …. Quase nunca esvaziamos as malas porque é preciso partir…estou sempre a sair da casa dos avós para a casa dos tios, da casa dos tios para a casa dos vizinhos, etc.

Agora gostaria de te contar um segredo: os meus pais estão a tentar arranjar um barco para eu e o meu irmão Felarengo (que partiu a perna) irmos até Itália. Tenho pena de irmos sozinhos… Mas por sorte eles vão num barco depois de nós, se Alá quiser. Também nos disseram que mesmo que não houvesse lugar num barco depois de nós, eles iam estar sempre ao pé de nós.

Um beijo e um abraço,

Alla


Roma, 03 de maio de 2023


Querido Diário,

Como sabes, embarquei num barco até um campo de refugiados com a minha família… Por sorte, fomos no mesmo barco como eu queria. Mas, o que eu te queria mesmo dizer, é que já saí do campo de refugiados e agora vivo em Roma.

Os meus amigos só sabem brincar às guerras, aos pontapés, às mortes e como eu não gosto de brincar a nada dessas coisas, tenho de brincar sozinha. Se eu pudesse levava-os para a Síria, punha-os na minha antiga casa e aí eles viam o que é a verdadeira guerra. E as bombas destroem tudo! Os parques, os jardins, os hospitais, as escolas, as casas e até os corações das pessoas e o nosso querido exército que combate dia apos dia apos dia…

Um beijo e um abraço,

Alla


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