top of page
Foto do escritoreuparticipo

A Guerra

No dia 16 de maio de 2023, a Beatriz publica no Jornal do Pinhal Novo a história que escreveu inspirada e dedicada a todas as crianças que vivem num país em guerra ou que se encontram em situação de refugiadas.


A Beatriz e os/as colegas voluntarizaram-se para a missão "Guerra ou Paz?" da Escola de Agentes Eu Participo. E ao longo desta aventura enfrentaram vários desafios, aos quais foram respondendo de formas diferentes. Foi o que aconteceu quando lhes pedimos que partilhassem connosco o que pensavam e sentiam de tudo o que tinham, até aqui, descoberto sobre a guerra e algumas das suas consequências.

A Beatriz, uma menina com uma atenção enorme sobre o que se passa no mundo e de grande sensibilidade, oferece-nos uma história de "...Lilian, ... uma menina normal, como todas as outras" que enfrentou um dos seus piores pesadelos.


Falar sobre o que se pensa e sente sobre determinado assunto pode acontecer em diversos formatos, seja através da fala, do desenho, da escrita, ... (artigo 13º da Convenção sobre os Diretos da Criança), mas deve ser sempre escutado com a mesma atenção. Por isso, lê a história da Beatriz e compreende um pouco mais da vida de outras crianças, que apesar de terem os mesmos direitos de paz como tu, vivem vidas bem diferentes.



Esta estória foi escrita inspirada em cada criança que está a sofrer com a guerra no seu país natal.


Eu, Lilian, era uma menina normal, como todas as outras.

Mas os meus piores pesadelos chegaram à minha porta com o barulho das bombas.

O meu país, a Síria, era florido e a natureza era um lugar onde todos brincávamos. De repente, tudo mudou… tudo ficou destruído, muitas casas e escolas foram destruídas.

Todos os dias, antes de ir à escola, pensava se os meus amigos ainda estariam lá.

Num feio dia de trovoada, uma enorme e barulhenta bomba explodiu a minha casa. A minha família conseguiu sair em segurança, mas fiquei muito triste por não conseguir salvar nada meu, nem a minha boneca favorita. Então, o meu pai achou que não era seguro ficarmos a morar lá. Fomos de carro até o mar mediterrâneo, aonde iríamos pegar o barco.

Entrei no barco, vi uma mulher com o seu filho no colo a chorar, sem sequer poder dar-lhe a chucha porque a sua mochila foi atirada ao mar.

Quando começamos a navegar, fiquei com medo de não conseguir sobreviver, horas e horas no mar e finalmente chegamos a uma praia...fiquei muito feliz.

Andámos muito e chegámos a um grande condomínio onde estava escrito «Campo de refugiados».

Logo que cheguei fiz muitos amigos, muito simpáticos que tinham uma história muito parecida com a minha.

Neste lugar, havia filas para tudo, para o pequeno almoço, para o almoço, para o jantar e até para sair do campo de refugiados.

Quatro anos se passaram e chegou finalmente a hora de sair do campo.

Foi a primeira vez que viajei de autocarro. Era espetacular!

Agora estou muito feliz em África, com meus novos amigos e com minha família. Ainda sinto saudades da minha casa em Síria e dos meus amigos antigos.

Do fundo do meu coração, desejo voltar ao meu país e à minha escola.





35 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Commentaires


bottom of page