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Honduras sofre dois ciclones tropicais num curto espaço de tempo

Atualizado: 17 de fev. de 2021

Em novembro de 2020, Honduras sofre um dos ciclones tropicais mais devastadores. Ainda não refeitos da situação, em janeiro de 2021, surge mais um ciclone.




HONDURAS (Tegucigalpa) – 5 novembro de 2020


Mais de 1,5 milhões de crianças estão a sofrer as consequências causadas pelas inundações provocadas pelo ciclone tropical ETA que passou recentemente nas Honduras.


Este é o pior ciclone tropical que Honduras viveu nas últimas décadas. O representante da UNICEF nas Honduras afirma que “as doenças transmitidas pela água são a primeira ameaça para as crianças”. Afirma ainda que “nestas situações a primeira prioridade é garantir que as crianças têm água potável e higiene”.


As fortes chuvas na zona oriente, centro e norte do país, aumentaram o risco de inundações e deslizamentos de terra. O Governo das Honduras declarou alerta vermelho para o país e ordenou evacuações obrigatórias nas zonas de risco elevado.


Foram afetadas 360 mil pessoas que corresponde a 934 famílias. Foram evacuadas da sua zona de habitação um total de 2, 776 pessoas correspondendo a 581 famílias.


A UNICEF está a colaborar com o Governo das Honduras na resposta humanitária através dos serviços de saúde mental e apoio psicossocial nas comunidades mais afetadas. No momento já está a dar apoio a 2000 crianças e jovens e suas famílias que se encontram em residências temporárias. Ajudou ainda a construção de 3 refúgios de emergência na cidade costeira de Puerto Cortés, o qual acolhe 400 crianças.


Nas Honduras, nas áreas mais rurais, menos de 1 em cada 5 pessoas não têm acesso a saneamento básico em condições e cerca 40% da população utiliza água de fontes não seguras. Com as chuvas intensas provocadas por este ciclone tropical ETA receia-se que toda esta situação fique pior e faça com que as pessoas, incluindo crianças, vivam em situações cada vez mais precárias.



“Dói ver que muitas casas e escolas ainda estão enterradas sob a areia ou cobertas de lama em comunidades afetadas pelos furacões”, disse Jean Gough. “Vi lágrimas nos olhos das mães porque perderam o investimento no bem-estar dos filhos. Dois meses depois que os fortes furacões atingiram a América Central, as necessidades humanitárias das famílias com crianças e adolescentes continuam generalizadas e durarão muito tempo. Muitos poços foram contaminados e as instalações de água foram danificadas e destruídas. Sem acesso a água potável, o risco de diarreia e outras doenças transmitidas pela água permanece alto. Se medidas urgentes não forem tomadas, é provável que mais crianças e adolescentes sofram de desnutrição, abandonem a escola e caiam na pobreza ”.

 

Escuta o que Karla e Rufino nos contam





Localidade: Puerto Cortés


A 4 de novembro de 2020, o Governo das Honduras lançou o alerta vermelho devido ao impacto da tempestade tropical ETA. O Rufino e a sua família conseguiram salvar-se, mas perderam praticamente todos os seus pertences.


Por volta das 9h ou 10h da manhã estávamos a juntar todas as nossas coisas. Os vizinhos tinham nos avisado que as cheias estavam a chegar. Não conseguimos juntar tudo. A casa começou a ficar inundada.


A cama, o telefone do meu pai, a roupa, o fogão, o ventilador, tudo. Eu não trouxe nada porque não percebi que isto se ia passar. Os meus irmãos perderam também brinquedos, roupas, sapatos. Quando nos demos conta a casa já estava inundada. Quase que não havia forma de sair. Foi muito perigoso, mas a nossa vida é o que mais importa.


A UNICEF ajudou a instalar 3 abrigos temporários em Puerto Cortés. Quatrocentas crianças e famílias afetadas pelo ETA irão receber assistência.




Localidade: Puerto Cortés


A casa da minha avó ficou inundada porque não sabíamos quando é que íamos ser atingidos pela tempestade. Nós saímos de casa quando a água chegou a níveis muito elevados. Tivemos muito medo com a subida das águas. Alguns de nós não sabíamos nadar.

A minha avó, os meus tios e tias vivíamos naquela casa.



As inundações causadas pelo furacão ETA deixaram a sua casa inundada. A Karla e a sua família tiveram de abandonar a sua casa para que pudessem se salvar. A Karla e a sua família vivem agora num abrigo temporário.


Por agora estamos bem, mas o que me preocupa mais é que os adultos não estão a ser atendidos e a minha avó só está a receber o básico quando eu vou pedir-lhes que lhe deem.

Eles vêm ver se temos temperatura, tosse ou outro problema de saúde.


Aproximadamente 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pelo furacão ETA. Karla está a receber atenção médica e apoio psicossocial.




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